Jornada: Por uma psicanálise em de(s)colonização

A pedra angular da psicanálise é a escuta. Escutar o inconsciente, o outro, o diferente, o infamiliar. Todavia, o que faz do outro “o outro”? Por quais processos se institui a norma que determina a diferença? E se esta diferença estiver ao alcance dos olhos? E se esta visão for tão desfocada que o seu grito não seja mais ouvido? A questão social está à porta do setting analítico. Esperará sentada do lado de fora, será convidada a entrar ou arrombará a porta? A psicanálise está à altura de seu tempo? O chamamento pela escuta da vivência da diferença racial é um imperativo ético imanente à própria proposta da psicanálise: a de ser uma escuta despojada de preconceitos, que almeja escutar o recalcado no outro e, também, em si mesma. A ética da psicanálise, que visa à busca da verdade do sujeito pela arte de bem escutar, está posta à prova diante do ruído das convulsões sociais. Convidamos a todos, todas, todes a pensar como a psicanálise pode estar preparada para ouvir aquilo que parece ser negado inclusive por ela própria. Quais as possíveis elaborações teóricas seriam necessárias para uma nova sensibilidade clínica que não seja retraumatizante? Como ouvir a pele? Como descolonizar a psicanálise? Esta Jornada contará com entrevistas, relatos de experiências e mesas de discussão sobre uma psicanálise em descolonização.

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